Gravações de ‘Cama de Gato’ são marcadas pelo bom humor

Camila Pitanga até tenta, mas assume que é difícil segurar o riso quando grava algumas das cenas da sofrida Rose, de Cama de Gato. A protagonista da próxima trama das 18 horas da Globo nunca tinha trabalhado com Aílton Graça, intérprete do malandro Tião, ex-marido da mocinha. Agora, contracenando com o colega quase diariamente, a atriz aproveita a veia cômica de Aílton para, em meio a vários improvisos, carregar no tom cômico dos dois personagens.

Ainda mais nos “barracos” envolvendo o casal. Como na sequência prevista para ir ao ar na primeira semana, quando ela flagra o mulherengo dando um presente para outra com dinheiro roubado dela. “O Aílton é um ator experiente e me ensina muito sempre. Seria um desperdício não aproveitar isso nas nossas cenas”, valoriza Camila, durante um intervalo.

Na história, Rose trabalha fazendo limpeza na empresa de Gustavo, vivido por Marcos Palmeira, e está separada de Tião, a quem ajuda com medicamentos e dinheiro, por achar que o ex-marido está doente. Mas o malandro não tem nada, só quer mesmo é se dar bem à custa da mocinha, apesar de amá-la.

Numa dessas, ele rouba o dinheiro que seria usado no aparelho de surdez de um dos filhos e no aluguel da casa onde as crianças moram com a mãe para comprar um relógio e pagar um almoço requintado para a aspirante a vilã Heloísa, de Emanuelle Araújo. Mas é seguido pela faxineira e pego em flagrante no restaurante.

“Parece engraçado, mas com isso ela pode ser despejada. O que fazemos aqui é dar uma pitada de humor em situações densas, deixando as cenas mais leves, mas com um conteúdo bem sério”, analisa Aílton, enquanto bebe uma taça de refrigerante, que simula o champanhe da cena.

Gravada com apenas uma câmara, a cena foi repetida em diversos planos diferentes. Por isso mesmo, algo que será exibido em cerca de dois minutos no ar demorou horas para ser feito. Um dia de trabalho que começou para todos às 7 e só teve intervalo para almoço às 13h30.

“Precisamos nos concentrar para encerrar logo tudo por aqui”, alertava o diretor Gustavo Fernandez, que ainda seguiria com a equipe para outra locação.

É normal nas emissoras gastar mais tempo com algumas cenas enquanto a trama não estreia. E isso mostra que, ao contrário do que foi noticiado por vários veículos, a equipe não mostra preocupação com uma possível falta de frente ou com atrasos em função do mau tempo no Rio. “Nunca soube disso.

Se tiver alguma coisa, é com a produção. Pelo que percebo, tudo está correndo bem, dentro do nosso prazo”, atesta Camila. Ali, pelo visto, a única coisa que não corria bem era o calor excessivo, atípico no inverno carioca, mas que fez a equipe precisar de vários lenços de papel e guarda-sóis. “Aqui tem de ser ’só no truque’. Ainda mais comigo, que transpiro demais. Se não secar, fico sempre brilhando”, brinca Aílton, que tem a testa seca por Emanuelle.

A atriz e cantora baiana, aliás, perdeu a conta de quantas vezes teve de abrir o embrulho do relógio para refazer a cena. Fosse por algum deslize de elenco ou por ter de mudar o ângulo da câmara. Mas a repetição, jura, não foi cansativa.

“Essa é a primeira vez que participo de uma novela desde o início, com direito a leitura de personagem e workshop. Tudo é muito especial para mim aqui”, exagera ela, que participou de Pé na Jaca, A Favorita e Três Irmãs, sempre escalada em cima da hora de começarem as gravações.